Sobre a Revista

Histórico e Compromisso

PLURAL nasceu da iniciativa de professores do Departamento de Psicologia da Unesp-Bauru comprometidos com pesquisas em vários campos da ciência psicológica e em interfaces com outras áreas do conhecimento. O espaço de diálogo constante e de diversidade de ideias entre docentes, linhas de pensamento teórico e metodologias distintas, foi construído em reuniões com seus membros para pensar e materializar a revista. Estávamos no final de 2018 e em 2019, grande parte da concepção estava pronta, porém a pandemia COVID-19 atrasou a finalização e o lançamento aconteceu em 2022: é preciso tempo para refletir o momento histórico de reconstrução de laços e de novas formas de pactos e dinâmicas na sociedade. Em janeiro de 2023, a revista passou a ter o vínculo também com o Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista-UNESP/Bauru.

A clareza e necessidade da publicação de artigos e outros manuscritos originais ou de divulgação de conhecimentos com reflexões sociais, filosóficas e artísticas com vínculos com a ciência da Psicologia e com respeito à dignidade humana é o compromisso dos professores do departamento de psicologia com a PLURAL. A revista não possui taxas para publicação; mantém a defesa de um Ensino Universitário Público, laico e de qualidade e conta com recursos do Departamento de Psicologia. Desde 2023, a revista adotou o sistema de publicação em fluxo contínuo.

A Universidade pública necessária, com pensamento crítico e compromisso com uma produção científica voltada para o desenvolvimento das questões nacionais e de interesses coletivos mundiais são as raízes da PLURAL – porque o solo brasileiro é rico em diversidade. Convidamos a todos os pesquisadores interessados em publicar seus trabalhos.

PLURAL – Revista de Psicologia UNESP Bauru é um periódico científico vinculado ao Departamento de Psicologia e ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista-UNESP, câmpus de Bauru. Sua linha editorial consiste em publicar textos originais de Psicologia em suas diversas áreas, considerando suas interfaces, reconhecendo a diversidade dos fenômenos psicológicos, de suas abordagens e dos campos da realidade em que incidem.

A revista está comprometida com o fomento à interdisciplinaridade, à reflexão crítica sobre as teorias e práticas nesses campos, bem como com a produção de um corpo sistematizado de conhecimento em sintonia com as demandas sociais e com a promoção de saberes.

ISSN: 2965-1662

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Chamada para Submissão de Artigos para o Dossiê "Os vários nomes das famílias do século XXI"

30-10-2025

Dossiê: Os vários nomes das famílias do século XXI

Recepção de artigos: de 31/10/2025 até 10/03/2026.

Organizadores do Dossiê: Isael de Jesus Sena (UCSAL), Lívia Alessandra Fialho da Costa (UNEB), Marcelo Ricardo Pereira (UFMG) e Christiane Carrijo (UNESP)

O tema “Família” tem sido abordado por diversas áreas do saber: da Antropologia à Psicanálise, da Educação ao Serviço Social, da Psicologia ao Direito, da Medicina à Biologia, passando pelos estudos interdisciplinares e por aqueles voltados para a construção de políticas públicas, que apontam as diversas problemáticas envolvendo a família. A família, como instituição, ao longo da história, tornou-se um objeto privilegiado de estudos que buscam compreender como ela, diante das mutações do laço social e das transformações socioeconômicas, políticas e culturais, resiste às mudanças de todas as épocas, assumindo novas configurações. Como destacou Rosa (2022, p. 23), “a família se instituiu como palco de relações históricas, políticas e libidinais, simbolicamente articuladas, que melhor permitiria a proteção e a educação da criança”.

A produção das diversas áreas do conhecimento tem sido uma fonte importante para a desnaturalização do conceito de família, bem como um espaço de circulação de resultados que mapeiam as transformações, os desafios e as dinâmicas contemporâneas que conferem a essa “instituição” um caráter de impermanência, embora ela se ampare em uma estrutura que parece resistir às mudanças ao longo dos séculos. Assim, concordamos com Lacan (2008), segundo o qual a família, entre todos os grupos humanos, desempenha um papel primordial na transmissão da cultura entre as gerações — “a irredutibilidade de uma transmissão”, diz o autor —, promovendo uma continuidade psíquica que pertence à ordem da constituição das subjetividades.

No entanto, observamos que o sujeito contemporâneo torna-se cada vez menos determinado pelas tradições, repressões e metanarrativas que o conduziram até meados do século XX (Gomes; Pereira, 2023). Isso nos exige repensar a nossa concepção de família, tal como se veiculou no Ocidente entre os séculos XVI e XVIII, conforme mostraram Burguière e Lebrun (1986), seus modos de transmissão e a forma como se constituem as subjetividades nessa passagem de uma modernidade sólida para uma modernidade líquida, com todos os seus efeitos.

Observamos que à família já não cabem unicamente os atributos de transmissão de saberes, de patrimônio, de reprodução biológica etc.; sobre ela recaem todas as transformações que fazem parte da sociedade mais ampla: as novas formas de viver o amor e a satisfação, os diferentes e novos formatos de conjugalidade, as questões de saúde, os estereótipos, a patologização da vida, o uso de novas tecnologias e os usos e abusos do corpo exigem da família respostas. Todos esses problemas impactam a percepção e a organização familiar, questionando o lugar dos pais, dos filhos, da escola, do trabalho, da religião, das alternativas terapêuticas e das formas de enfrentamento das fases da vida — infância, adolescência, adultez e envelhecimento. Reconhecemos que o sintoma do nosso laço social ecoa na família: a industrialização, o feminismo, os movimentos sociais, a contracolonialidade, o aumento da expectativa de vida, a Lei do Divórcio, entre outros.

No século XX, assistimos ao processo de nuclearização da família e passamos a admitir a legítima recomposição familiar após o divórcio ou a separação, bem como as uniões consensuais. A família também foi se configurando a partir de outras composições, tornando-se monoparental, homoparental, unipessoal, recomposta e eudemonista. Ao lado de todas essas mudanças, a família continua sendo o lócus da constituição da subjetividade e da transmissão de valores, embora se mostre refratária às múltiplas referências que se consolidam em outros espaços de socialização, como a escola, o mundo do trabalho, as redes sociais, a televisão, a arte e a cidade.

Este dossiê temático destina-se, especialmente, a artigos cujas reflexões, pesquisas e análises de dados envolvam e se insiram em um dos seguintes temas:

  • Família, escola e medicalização da infância
  • Famílias e comunidade LGBTQIAPN+
  • Famílias no processo de transição de gênero
  • Famílias e políticas de assistência social
  • Famílias, neurodiversidade e inclusão
  • Famílias e relações étnico-raciais
  • Famílias, povos originários e quilombolas
  • Famílias, migração e direitos humanos
  • Famílias e violência doméstica
  • Famílias e violência sexual

Referências

Burguière, A., & Lebrun, F. (1986). La famille en Occident du XVe au XVIIIe siècle. Éditions Complexe.

Gomes, M. F. C., & Pereira, M. R. (2022). Psicologia Educacional: sujeitos contemporâneos. Contexto.

Lacan, J. J. (2008). Os complexos familiares. Zahar.

Rosa, M. D. (2022). Passa anel: famílias, transmissão e tradição In. D. Teperman, T. Garrafa & V. Iaconelli (Orgs.), Parentalidade (pp. 23-38). Autêntica.  

Orientações gerais para os autores

Para mais informações sobre como enviar artigos para a PLURAL – Revista de Psicologia da UNESP Bauru, bem como as instruções necessárias para a formatação correta dos manuscritos, favor acessar o link https://revistaplural.emnuvens.com.br/prp/about/submissions. No caso, solicita-se que conste na Folha Informativa de Autoria a informação de que o manuscrito está sendo submetido ao Dossiê supracitado (Os vários nomes das famílias do século XXI).

Contamos com a sua colaboração.

Cordialmente,

Os organizadores.

Saiba mais sobre Chamada para Submissão de Artigos para o Dossiê "Os vários nomes das famílias do século XXI"

Edição Atual

v. 5 (2025): PLURAL - Revista de Psicologia UNESP Bauru
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Publicação contínua.

Editora-chefe: Christiane Carrijo
Revisão final, edição e editoração: Bruno Sampaio Garrido (MTb 44.994/SP)

ISSN: 2965-1662

Publicado: 30-06-2025

Artigos

  • Um olhar psicanalítico sobre as narrativas de mulheres vítimas de violência doméstica

    Mayara de Sousa Andrade, Aline Souza Martins
    e025001
    DOI: https://doi.org/10.59099/prpub.2025.70

Resenhas

  • O contemporâneo na perspectiva das psicossociologias do trabalho

    João Pedro da Silva Oliveira, Jakel Santana do Prado, Fernando Faleiros de Oliveira
    e0250r1
    DOI: https://doi.org/10.59099/prpub.2025.118
  • Medicalização da dor de existir: Resenha do Livro Feliz para sempre?

    Camila de Albuquerque Alves da Silva, Miriam Debieux Rosa, Lohanna Thais Gomes Pereira
    e0250r2
    DOI: https://doi.org/10.59099/prpub.2025.114
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