“Eu aprendo com você coisas que vão além do que você sabe”

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59099/prpub.2023.7

Palavras-chave:

Ensino de Psicologia, Licenciatura, Professor Formador, Práxis Docente, Psicologia Histórico-Cultural

Resumo

Por meio de uma pesquisa de campo de metodologia qualitativa, buscou-se neste artigo tecer considerações sobre o papel do/a professor/a formador/a na disciplina psicologia educacional, ministrada para cursos de licenciatura. Com base no arcabouço teórico da Psicologia Histórico-Cultural e utilizando núcleos de significação, foram realizadas dezesseis entrevistas com licenciandos/as de diversas áreas. As análises evidenciaram que a aprendizagem dos conteúdos desta disciplina contribuiu para a construção de uma visão crítico-reflexiva de educação, ampliando horizontes interpretativos. As entrevistas trouxeram a centralidade do/a professor/a formador/a, muitas vezes tomado/a como modelo inspirador na condução de discussões, na elaboração de atividades e na mediação dos conceitos e teorias. Os/As licenciandos/as destacaram aprendizagens significativas em aulas que promoveram debates e trocas de ideias, com a apresentação de exemplos e estudos de caso que propiciaram reflexões sobre a interface entre a psicologia e a docência, contribuindo de maneira significativa para a formação da práxis docente.

Biografia do Autor

Maria Fernanda Diogo, Universidade Federal de Santa Catarina

Psicóloga (PUC/SP), pedagoga (UNIP), doutora em Psicologia (UFSC), professora Adjunta do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, coordenadora do Laboratório de Psicologia Escolar e Educacional (LAPEE/UFSC) e pesquisadora do grupo do Grupo de Estudos Trabalho e Conhecimento na Educação Superior (TRACES/UFSC) e do Núcleo de Estudos do Trabalho e Constituição do Sujeito (NETCOS/UFRG). Temáticas de interesse: Educação na Perspectiva Histórico Cultural, Ensino de Psicologia, Formação Docente, Educação Inclusiva.

Charles Augusto Christ, Universidade Federal de Santa Catarina

Graduando do curso de Psicologia, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq) durante os períodos 2020/2021 e 2021/2022. Tem experiência em psicologia do ensino e da aprendizagem, atuando principalmente com as seguintes temáticas: educação na perspectiva Histórico-Cultural, psicologia e formação docente.

Referências

Abrantes, A. A. (2020). Ciência não é neutra: implicações políticas da psicologia. In J. A. Lopes, E. C. Fireman, & M G. Â. da Silva. Ser ou não ser na sociedade capitalista: o materialismo histórico-dialético como método da Psicologia Histórico-Cultural e da teoria da determinação social dos processos de saúde e doença (pp. 20-31). Editora Phillos.

Aguiar, W. M. J. (2007). A pesquisa em Psicologia Sócio-Histórica: Contribuições para o debate metodológico. In A. M. B. Bock, M. G. M. Gonçalves, & O. Furtado (Orgs.). Psicologia Sócio-Histórica: uma perspectiva crítica em psicologia (pp. 129-140). Editora Cortez.

Aguiar, W. M. J., & Ozella, S. (2006). Núcleos de significação como instrumento para a apreensão da constituição dos sentidos. Psicologia: ciência e profissão, 26, 222-245. https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000200006

Aguiar, W. M. J., & Ozella, S. (2013). Apreensão dos sentidos: aprimorando a proposta dos núcleos de significação. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 94, 299-322. https://www.scielo.br/j/rbeped/a/Y7jvCHjksZMXBrNJkqq4zjP/?lang=pt

Basso, I. S. (1999). Significado e sentido do trabalho docente. Cadernos Cedes, 19(44), 19-32. https://doi.org/10.1590/S0101-32621998000100003

Chauí, M. E. (2005). Espinosa: uma filosofia da liberdade (2ª ed.). Moderna.

Diogo, M. F., & Christ, C. A. (no prelo). A disciplina psicologia no currículo das licenciaturas. Revista E-Curriculum.

Giroux, H. A. (1997). Os professores como intelectuais: rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem (D. Bueno, Trad.). Artes Médicas.

Gramsci, A. (1982). Os intelectuais e a organização da cultura (4ª ed.). Civilização Brasileira.

Guerra, C. T. (2016). Conhecimento Psicológico e formação de professores. In R. G. Azzi, S. H. S. S. Batista, & A. M. F. A. Sadala (Orgs.), Formação de professores: discutindo o ensino de Psicologia (pp. 61-84). Editora Alínea.

Konder, L. (2018). O futuro da filosofia da práxis. Expressão Popular.

Larocca, P. (2007). Ensino de Psicologia e seus fins na formação de professores: uma discussão mais que necessária. Temas em Psicologia, 15(1), 57-68. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=513751430007

Leontiev, A. (2021). Atividade. Consciência. Personalidade (P. Marques, Trad.). Editora Mireveja.

Longarezi, A. M. (2021). Formação didática de professores “em” e “para” uma abordagem desenvolvimental: um olhar a partir dos contextos soviético e brasileiro. In R. V. Puentes, & A. M. Longarezi. Enfoque histórico-cultural e aprendizagem desenvolvimental: contribuições na perspectiva do GEPEDI. Phillos Academy.

Marx, K., & Engels, F. (2007). A ideologia alemã. Feuerbach - a oposição entre as concepções materialista e idealista (F. Müller, Trad.). Martin Claret.

Mészáros, I. (2007). A educação para além do capital. Boitempo Editorial.

Patto, M. H. S. (1999). A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. Casa do Psicólogo.

Resolução CNE/CP nº 1, de 18 de fevereiro de 2002. (2002a). Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação. http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rcp01_02.pdf

Resolução CNE/CP nº 2, de 19 de fevereiro de 2002. (2002b). Institui a duração e a carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de professores da Educação Básica em nível superior. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação. http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CP022002.pdf

Silva, R. F. (2006). Compreender a “entrevista compreensiva”. Revista Educação em Questão, 26(12), 31-50. https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=563959958002

Souza, V. L. T. de, & Andrada, P. C. de (2013). Contribuições de Vigotski para a compreensão do psiquismo. Estudos de Psicologia, 30(3), 355-365. https://doi.org/10.1590/S0103-166X2013000300005

Stetsenko, A. (2016). Vygotsky’s theory of method and philosophy of practice: implications for trans/formative methodology. Educação, 39, ed. esp. supl., 32-41. https://doi.org/10.15448/1981-2582.2016.s.24385

Vigotski, L. S. (1992). Obras Escogidas II. Visor Distribuiciones.

Vigotski, L. S. (2009). A construção do pensamento e da linguagem (P. Bezerra, Trad.). WMF Martins Fontes.

Zago, N. (2003). A entrevista e seu processo de construção: reflexões com base na experiência prática de pesquisa. In N. Zago, M. P. Carvalho, & R. A. T. Vilela (Orgs.), Itinerários de pesquisas: perspectivas qualitativas em sociologia da educação (pp. 287-330). Editora DP&A.

Downloads

Publicado

14-07-2023

Como Citar

Diogo, M. F., & Christ, C. A. (2023). “Eu aprendo com você coisas que vão além do que você sabe”. PLURAL - Revista De Psicologia UNESP Bauru, 2, e023002. https://doi.org/10.59099/prpub.2023.7