Concepção de violência para crianças do Ensino Fundamental I

Análise a partir de Martin-Baró

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59099/prpub.2022.5

Palavras-chave:

Violência, Crianças, Escola, Martin-Baró

Resumo

O objetivo desse trabalho foi identificar e analisar a concepção de violência para crianças do ensino fundamental I. Os resultados analisados partiram dos elementos indicados por Martín-Baró para compreensão da violência. Para alcançar os resultados, foi feito um estudo qualitativo, por meio de entrevistas individuais e coletivas com as crianças. Como resultado, percebeu-se que para as crianças a violência está diretamente relacionada ao contato físico como resposta a situações que as desagradam. Ou seja, o ato formal da violência é instrumental para minimizar ou corrigir algo que lhe antecedeu. No atual momento histórico, além da banalização e a intensificação da violência como meios de controle social, há o fundo ideológico veiculado nas diferentes mídias que as crianças têm acesso e nas discussões na escola e em casa, identificadas durante as entrevistas, que possibilitam que se apropriem desses aspectos e construam os significados da violência.

Biografia do Autor

Karina Cibele Morais, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Licenciada em Educação Física pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (2020). Atuou como Discente Extensionista na ação Extensão BRINQUEDOTECA (2016-2017). Atuou como integrante do projeto de pesquisa Concepção de Violência para Crianças (2019). Graduanda em Direito (Bacharelado) pela Universidade do Estado de Minas Gerais.

Núbia Gabriela Ferreira, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Licenciada em Educação Física pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (2020). Atuou como Discente Extensionista na ação Extensão BRINQUEDOTECA (2016-2017). Atuou como integrante do projeto de pesquisa Concepção de Violência para Crianças (2019).

Flávia Gonçalves da Silva, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Professora Associada III da UFVJM no departamento de Educação Física. Graduada em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/Bauru). Mestre e Doutora em Educação: Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Pós-doutorado no Programa de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UNESP/Botucatu.

Referências

André, M. (2013). O que é um estudo de caso qualitativo em educação. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, 22(40), 95-98. https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.v22.n40 DOI: https://doi.org/10.21879/faeeba2358-0194.v22.n40.753

Arreguy, M. E. (2010). A leitura das emoções e o comportamento violento mapeado no cérebro. Physis: Revista de Saúde Coletiva [online], 20(4), 1267-1292. https://doi.org/10.1590/S0103-73312010000400011 DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-73312010000400011

Botelho, R. G. & Souza, J. M. C. (2007). Bullying e Educação Física na escola: características, casos, consequências e estratégias de intervenção. Rev. de educação Física, (139), 58-70. https://doi.org/10.37310/ref.v76i139.506.

Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2019). Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE). https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/educacao/9134-pesquisa-nacional-de-saude-do-escolar.html?=&t=resultados

Brito, M. H. P., Arruda, N. A. O., & Contreras, H.S.H. (2015). Escola, pobreza e aprendizagem: reflexões sobre a educabilidade. Anais do XII Congresso Nacional de Educação - Educere, Curitiba.

Carvalho, M. E. G., Morais, G. M. & Carvalho, B. K. G. (2019). Dos castigos escolares à construção de sujeitos de direito: contribuições de políticas de direitos humanos para uma cultura da paz nas instituições educativas. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação [online], 27(102), 24-46. https://doi.org/10.1590/S0104-40362018002601366 DOI: https://doi.org/10.1590/s0104-40362018002601366

Charlot, B. A. (2002). A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa questão. Sociologias, (8), 432-443, https://doi.org/10.1590/S1517-45222002000200016 DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-45222002000200016

Costa, M. L. S. & Barroco, S. M. S. (2021). Violência e a práxis da psicologia: contribuições de Ignácio Martín-Baró. Germinal: marxismo e educação em debate, 13(3), 66-86. https://doi.org/10.9771/gmed.v13i3.47181. DOI: https://doi.org/10.9771/gmed.v13i3.47181

Cruz, F. M. L., & Maciel, M. A. (2018). ‘Excluir’, ‘Xingar’, ‘Bater’: sentidos de violência na escola segundo estudantes da Paraíba. Psicol. Esc. Educ., 22(2), 291-300. https://doi.org/10.1590/2175-35392018025719 DOI: https://doi.org/10.1590/2175-35392018025719

Duthie, E. & Martagón, D. (2017). Mundo Cruel. Boitatá.

Flôres, F. N., Visentini, D. M., Faraj, S. P., & Siqueira, A. C. (2022). Cyberbullying no contexto escolar: a percepção dos professores. Psicologia Escolar e Educacional [online], 26. https://doi.org/10.1590/2175-35392022226330 DOI: https://doi.org/10.1590/2175-35392022226330t

Fraser, M. T. D. & Gondin. S. (2018). Da fala do outro ao texto negociado: discussões sobre a entrevista na Pesquisa Documental. Paidéia, 14(28), 139-152. https://doi.org/10.1590/S0103-863X2004000200004 DOI: https://doi.org/10.1590/S0103-863X2004000200004

Freitas, M. O., Borges, L. P. C., & Carvalho, J. T. (2019). Os sentidos de bullying nas vozes das crianças do ensino fundamental: aprendendo e crescendo com os conflitos na escola. e-Mosaicos, 8(18), 176-188. https://doi.org/10.12957/e-mosaicos.2019.42284 DOI: https://doi.org/10.12957/e-mosaicos.2019.42284

Giordani, J. P.; Seffner, F. & Dell’Aglio, D. D. (2017). Violência escolar: percepções de alunos e professores de uma escola pública Psicologia Escolar e Educacional, 21(1), 103-111. https://doi.org/10.1590/2175-3539201702111092 DOI: https://doi.org/10.1590/2175-3539201702111092

Ladeira, T. A. (2021). Fracasso escolar e desigualdade social: Uma perspectiva crítica e emancipatória. Revista Educação Pública, 21(5).

https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/5/fracasso-escolar-e-desigualdade-social-uma-perspectiva-critica-e-emancipatoria

Leonardo, N. S. T. & Suzuki, M. A. (2016). Medicalização dos problemas de comportamento

na escola: perspectivas de professores. Fractal: Revista de Psicologia, 28(1), 46-54. https://doi.org/10.1590/1984-0292/1161 DOI: https://doi.org/10.1590/1984-0292/1161

Maldonado, D. P. A. & Williams, L. C. A. (2005). O comportamento agressivo de crianças do sexo masculino na escola e sua relação com a violência doméstica. Psicologia em Estudo, 10(3), 353-362. https://doi.org/10.1590/S1413-73722005000300003 DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-73722005000300003

Malta, D. C., Oliveira, W. A. de., Prates, E. J. S., Mello, F. C. M. de., Moutinho, C. dos S., & Silva, M. A. I. (2022). Bullying entre adolescentes brasileiros: evidências das Pesquisas Nacionais de Saúde do Escolar, Brasil, 2015 e 2019. Revista Latino-Americana de Enfermagem [online], 30(spe), e3679. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6278.3679 DOI: https://doi.org/10.1590/1518-8345.6278.3679

Martin-Baró, I. (2003). Poder, ideologia y violência. Trota.

Martins, E. F. (2006). Formação de Professores e Violência nas Escolas. [Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/16599

Martins, L. M. (2016). Desenvolvimento do pensamento e educação escolar: etapas de formação de conceitos à luz de Leontiev e Vigotski. Fórum Linguístico, 13(4), 1572-1586. https://doi.org/10.5007/1984-8412.2016v13n4p1572 DOI: https://doi.org/10.5007/1984-8412.2016v13n4p1572

Nogueira, R. M. S. P. A. (2005). Violência na/da escola: em busca de definições. Rev. Psicopedagogia, 22(67), 67-79. http://www.revistapsicopedagogia.com.br/detalhes/437/violencia-na-da-escola--em-busca-de-definicoes.

Reisen, A., Leite, F. M. C., & Santos Neto, E. T. (2021). Associação entre capital social e bullying em adolescentes de 15 a 19 anos: relações entre o ambiente escolar e social. Ciência & Saúde Coletiva [online], 26(suppl. 3), 4919-4932. https://doi.org/10.1590/1413-812320212611.3.21522019 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-812320212611.3.21522019

Romeiro, J. S., Corrêa, M. M., Pazó, R., Leite, F. M. C., & Cade, N. V. (2021). Violência física e fatores associados em participantes da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). Ciência & Saúde Coletiva [online], 26(2), 611-624. https://doi.org/10.1590/1413-81232021262.04552020 DOI: https://doi.org/10.1590/1413-81232021262.04552020

Schneider, J. K. (2016). Violência na escola a partir da perspectiva docente. Rev. Event. Pedagóg., 7(2), 822-842. https://doi.org/10.5007/2175-795X.2013v31n2p573 DOI: https://doi.org/10.5007/2175-795X.2013v31n2p573

Silva, J. M. A. P. & Salles, L. M. F. (2010). A violência na escola: abordagens teóricas e propostas de prevenção. Educar em Revista, (spe. 2), 217-232. https://doi.org/10.1590/S0104-40602010000500013 DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40602010000500013

Silva, N. R. (2006). Relações sociais para superação da violência no cotidiano escolar e processos formativos de professores. [Tese de Doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo]. https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16246

Silva, N. R. (2009, 30 de outubro a 02 de novembro). Violência nas escolas: o conceito de violência e o processo grupal como método de intervenção e pesquisa. Anais do XV Encontro da Associação Brasileira de Psicologia Social, Maceió. http://www.abrapso.org.br/siteprincipal/images/Anais_XVENABRAPSO/78.%20viol%CAncia%20nas%20escolas.pdf

Silva, N. R.; Pazetto, L. C. & Golshan, N. (2016, 7 a 9 de setembro). Violência contra crianças, adolescentes e mulheres: ações para erradicar a violação dos direitos humanos. Anais do 7° Congresso Brasileiro de Extensão Universitária na UFOP, Ouro Preto. https://cbeu.ufop.br/anais_files/cf9de75ee0c254c030499b6a9baeaf61.pdf

Souza, V. L. T. (2022). Contribuições da Psicologia à educação escolar: perpetuação ou trans-formação das desigualdades sociais? Estud. psicol., 39, e200178. https://doi.org/10.1590/1982-0275202239e200178 DOI: https://doi.org/10.1590/1982-0275202239e200178

Souza, B. P. (2014). Puxando o tapete da medicalização do ensino: uma outra educação é possível. Nuances, 25(1), 299-316. https://doi.org/10.14572/nuances.v25i1.2733 DOI: https://doi.org/10.14572/nuances.v25i1.2733

Vázquez, A. S. (1990). Filosofia da Práxis (4a ed.). Paz e Terra.

Veloso, V. R., Costa, F. B. de S., Marques, C. C. de A., Andrade, J. X., Miranda, C. E. S., & Araújo, R. S. dos R. M. (2020). Vitimização por bullying e fatores associados em estudantes brasileiros com idade de 13 a 17 anos: estudo populacional. Revista Brasileira de Epidemiologia [online], 23, e20097. https://doi.org/10.1590/1980-549720200097 DOI: https://doi.org/10.1590/1980-549720200097

Vigotski, L. S. (2018). Sete aulas de L. S. Vigotski sobre os fundamentos da pedologia. (Zoia Prestes e Elizabeth Tunes, trads.). e-papers.

Xavier Filha, C. (2015). Violência e direitos humanos em pesquisa com crianças. Rev. Educação e Pesquisa, 41, 1569-1583. https://doi.org/10.1590/S1517-97022015082229. DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-97022015082229

Wesley, R. S. F. & Charbel, J. C. J. (2011). Utilizando estudo de caso(s) como estratégia de pesquisa qualitativa: boas práticas e sugestões. Estudo e Debate, 18(2), 07-22. http://www.meep.univates.br/revistas/index.php/estudoedebate/article/view/560

Downloads

Publicado

16-03-2023

Como Citar

Morais, K. C., Ferreira, N. G., & Silva, F. G. da. (2023). Concepção de violência para crianças do Ensino Fundamental I: Análise a partir de Martin-Baró. PLURAL - Revista De Psicologia UNESP Bauru, 1, e022005. https://doi.org/10.59099/prpub.2022.5

Edição

Seção

Artigos