Amores possíveis?

Reflexões teórico-críticas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59099/prpub.2023.30

Palavras-chave:

Amor, Teoria Crítica, Relações Sociais

Resumo

Este ensaio traz uma discussão sobre as relações amorosas sob a perspectiva da Teoria Crítica da Sociedade. Partindo da crítica freudiana à promessa de felicidade embutida em uma certa ideia de amor, e da associação romântica entre o sentimento amoroso e as paixões políticas, discuto as implicações mútuas do tema em âmbito público e privado. Busco refletir sobre a potência do amor para impulsionar transformações sociais, ao mesmo tempo em que considero as assimetrias que estruturam as relações privadas em sentido político. Para T.W. Adorno, o amor não é um sentimento espontâneo, mas mediado cultural e socialmente, e atravessado por contradições. No contexto de uma vida lesada, contraposta aos ideais de uma vida boa, discuto o amor como exercício de resistência, bem como as lacunas presentes em análises que desconsideram as assimetrias de poder que persistem como empecilho à condição de não violência das relações sociais.

Biografia do Autor

Luciana Dadico, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Professora Adjunta no curso de Psicologia da UFMT, e professora de pós-graduação nos programas de Estudos de Cultura Contemporânea (ECCO) e de Psicologia da (PPGPsi) da UFMT. É mestre e doutora em Psicologia, graduada em Psicologia e Filosofia, e realizou estágios de pós-doutorado em Teoria Crítica da Sociedade, na Universidade da Califónia em Berkeley, em Psicologia e em Estudos Culturais, ambos na USP. Coordena o Laboratório de Pesquisa em Interseccionalidades das Relações Sociais (LaPIR).

Referências

Adorno, T. W. (2008). Minima Moralia: reflexões a partir da vida lesada. (Gabriel Cohn, trad.). Ateliê.

Adorno, T. W. (2006). Current of Music: Elements of a Radio Theory. Surkhamp.

Adorno, T. W., & Horkheimer, M. (1973). Família. In T. W. Adorno & Max Horkheimer, Temas básicos de sociologia (Álvaro Cabral, trad., pp. 132-150). EDUSP/Cultrix.

Adorno, T. W., & Horkheimer, M. (1985). Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. (Guido Almeida, trad.). Zahar.

Arendt, H. (1997). O conceito de amor em Santo Agostinho. Instituto Piaget.

Benhabib, S. (2007). Situating the Self: Gender, Community and Postmodernism in Contemporary Ethics. Polity Press.

Butler, J. (2012). Can one lead a good life in a bad life? Radical Philosophy, (176), 9-18. https://www.radicalphilosophy.com/article/can-one-lead-a-good-life-in-a-bad-life

Carone, I. (2018). Adorno em Nova Iorque: os estudos de Princeton sobre a música no rádio (1938-1941). Alameda.

Claussen, D. (2008). Theodor W. Adorno: One Last Genius (Rodney Livinstone, trans.). Belknap Press. DOI: https://doi.org/10.4159/9780674029590

Davis, A. (2016). Mulheres, raça e classe. Trad. Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo.

Drummond de Andrade, C. (2018). Amar se aprende amando. Companhia das Letras.

Federici, S. (2021). O patriarcado do salário. Boitempo.

Federici, S. (2017). Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Elefante.

Fraser, N. (2001). From redistribution to recognition? Dilemmas of justice in a ‘postsocialist’ age. In S. Seidman, & J. Alexander. (Orgs.), The new social theory reader (pp. 285-293). Routledge.

Freud, S. (2010). Obras Completas, vol. 18 – O mal-estar na civilização, novas conferências introdutórias à Psicanálise e outros textos (1930-1936) (Paulo César de Souza, trad.). Companhia das Letras.

Heberle, R. (2006). Introduction: Feminism and Negative Dialectics. In R. Heberle (Ed.), Feminist Interpretations of Theodor Adorno (pp. 1-20). The Pennsylvania State University Press.

Löwy, M., & Sayre, R. (2015). Revolta e melancolia (Nair Fonseca, trad.). Boitempo.

Montaigne, M. (2016). Os ensaios (Sérgio Milliet, trad). Ed. 34.

Stendhal. Do amor. (1999). (2a ed., Roberto Leal Ferreira, trad.). Martins Fontes.

Downloads

Publicado

14-07-2023

Como Citar

Dadico, L. (2023). Amores possíveis? Reflexões teórico-críticas. PLURAL - Revista De Psicologia UNESP Bauru, 2, e023004. https://doi.org/10.59099/prpub.2023.30