A PSYCHOANALYTIC PERSPECTIVE ON THE NARRATIVES OF WOMEN VICTIMS OF DOMESTIC VIOLENCE

Authors

DOI:

https://doi.org/10.59099/prpub.2025.70

Keywords:

Psychoanalysis; Domestic Violence; Gender Studies; Feminine Masochism

Abstract

This study aims to analyze the narratives of women who have suffered domestic violence from a psychoanalytic perspective, offering a critique of the concept of feminine masochism and exploring potential connections between gender and the social processes that perpetuate violence. This qualitative research involved five semi-structured interviews centered on four main themes: support networks, career, self-image, and romantic relationships. Data analysis focused on recurring or common elements in the participants’ discourse. Key themes identified include the role of paid work, support networks, the idealization of marriage, relationships with primary caregivers, and nuances in the dynamic with the abuser. The findings underscore the importance of integrating gender-sensitive approaches into psychoanalytic care and treatment for female victims of domestic violence. 

Author Biographies

Mayara de Sousa Andrade, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Formada em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Durante a graduação frequentou grupos de estudos de gênero, raça e classe. Também realizou uma pesquisa acerca de como as questões de gênero atravessam a clínica psicanalítica. Atualmente trabalha como psicóloga clínica e como acompanhante terapêutica escolar.

Aline Souza Martins, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Professora de Psicologia da Universidade Mackenzie. Mestre (2014) e Doutora (2020) em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo. Fez estágio na Birkbeck University of London (2018). Participa das Rede Interamericana de Pesquisa em Psicanálise e Política (Redippol), do Laboratório de Psicanálise, Sociedade e Política (Psopol), do grupo Amarrações e Grupo de Estudos, Pesquisas e Escritas Feministas (Gepef). Vencedora do Prêmio Marcus Vinícius (CRP).

References

Boni, V., & Quaresma S. J (2005). Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Em Tese, 2(1), 68-80. https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/18027

Brasil. Lei nº. 11.340, de 7 de agosto de 2006, (Lei Maria da Penha). https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm

Cardoso, N. M. (1997a). Psicologia e relações de gênero: a socialização do gênero feminino e suas implicações na violência conjugal em relação às mulheres. In A. V. Zanella, M. J. T. Siqueira, L. A. Lhullier & S. I. Molon (Orgs.), Psicologia e práticas sociais (pp. 280-292). ABRAPSOSUL.

Cardoso, N. M. (1997b). Mulher e maus-tratos. In M. N. Strey (Org.), Mulher: Estudos de gênero (pp. 127- 138), UNISINOS.

Chauí, M. (1985). Participando do debate sobre mulher e violência. In R. Cardoso, M. Chauí, M. C. Paoli & SOS Mulher (Orgs.), Perspectivas antropológicas da mulher (Vol. 4, pp. 23-62). Jorge Zahar.

Coelho Júnior, N. E. (2001). A noção de objeto na psicanálise freudiana. Ágora: Estudos Em Teoria Psicanalítica, 4(2), 37–49. https://doi.org/10.1590/S1516-14982001000200003 DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-14982001000200003

Côrtes, G. R. (2012). Violência doméstica: centro de referência da mulher “Heleieth Saffioti”. Estudos de Sociologia, 17(32), 149-165. https://periodicos.fclar.unesp.br/estudos/article/view/4932/4121

Da Fonseca, P. M., & Lucas, T. N. S. (2006). Violência doméstica contra a mulher e suas consequências psicológicas [Trabalho de conclusão de curso, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública]. http://repositorio.laboro.edu.br:8080/xmlui/handle/123456789/2235

Devries, K., Watts, C., Yoshihama, M., Kiss, L., Schraiber, L. B., Deyessa, N., Heise, L., Durand, J., Mbwambo, J., Jansen, H., Berhane, Y., Ellsberg, M., Garcia-Moreno, C., & WHO Multi-Country Study Team (2011). Violence against women is strongly associated with suicide attempts: evidence from the WHO multi-country study on women's health and domestic violence against women. Social science & medicine (1982), 73(1), 79–86. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2011.05.006 DOI: https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2011.05.006

Diniz, G. R. S., & Angelim, F. P. (2003). Violência doméstica – por que é tão difícil lidar com ela? Revista de Psicologia da Unesp, 2(1), 20-35.

https://revpsico-unesp.org/index.php/revista/article/view/14

Dunker, C. I. L., Paulon, C., & Milán-Ramos, J. G. (2016). Análise psicanalítica de discurso: perspectivas lacanianas. Estação das Letras e Cores.

Iribarry, I. N. (2003). O que é pesquisa psicanalítica? Ágora: Estudos Em Teoria Psicanalítica, 6(1), 115–138. https://doi.org/10.1590/S1516-14982003000100007 DOI: https://doi.org/10.1590/S1516-14982003000100007

Federici, S. (2017). Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Elefante.

Fonseca, T. M. G (2008). Psicologia e relações de gênero: o gênero da ciência psicológica. In A. V. Zanella, M. J. T. Siqueira, L. A. Lhullier & S. I. Molon (Orgs.), Psicologia e práticas sociais [online]. (pp. 297-302). Centro Edelstein de Pesquisas Sociais. https://books.scielo.org/id/886qz

Foucault, M. (1997). História da Sexualidade I: A Vontade de Saber. Graal.

Foucault, M. (1979). Microfísica do poder. Graal.

Freud, S. (1905). Três ensaios sobre as teorias da sexualidade. In S. Freud, Obras completas, volume 6: Três ensaios sobre a sexualidade, análise fragmentaria de uma histeria (“O caso Dora”) e outros textos (pp. 73-120). Companhia das Letras.

Freud, S. (1919). Bate-se em uma criança. In S. Freud História de uma neurose infantil "O homem dos lobos", Além do princípio do prazer e outros textos (pp. 293-327). Companhia das Letras.

Freud, S. (1920). Além do princípio de prazer. L&PM Editores.

Freud, S. (1923). O Eu e o Id. In S. Freud O Eu e o Id, “autobiografia” e outros textos (pp. 13-76). Companhia das Letras.

Freud, S. (1924a). O problema econômico do masoquismo. In S. Freud, O Eu e o Id, “autobiografia” e outros textos (pp. 184-202). Companhia das Letras.

Freud, S. (1924b). A dissolução do Complexo de Édipo. In S. Freud, O Eu e o Id, “autobiografia” e outros textos (pp. 203-2013). Companhia das Letras.

Freud, S. (1933). “A feminilidade”. In S. Freud, O mal-estar na civilização, novas conferências introdutórias à psicanálise e outros textos (pp.263-293). Companhia das Letras.

Gomes, N. P., Diniz, N. M. F., Reis, L. A. dos, & Erdmann, A. L. (2015). Rede social para o enfrentamento da violência conjugal: representações de mulheres que vivenciam o agravo. Texto & Contexto - Enfermagem, 24(2), 316–324. https://doi.org/10.1590/0104-07072015002140012 DOI: https://doi.org/10.1590/0104-07072015002140012

Guimarães, M. C., & Pedroza, R. L. S. (2015). Violência contra a mulher: problematizando definições teóricas, filosóficas e jurídicas. Psicologia & Sociedade, 27(2), 256–266. https://doi.org/10.1590/1807-03102015v27n2p256 DOI: https://doi.org/10.1590/1807-03102015v27n2p256

Haraway, D. (1995). Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, (5), 7-41.

https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1773

Hornstein, L. (1989). Introdução à psicanálise. Escuta.

Jones, E. (1994). Feminismo e terapia de família: os casamentos complicados podem dar certo? In R. J. Perelberg & A. C. Miller (Orgs.), Os sexos e o poder nas famílias (pp. 75-93). Imago.

Laplanche, J., & Pontalis J. B., (1967). Vocabulário da psicanálise. Martins Fontes.

Lima, G. Q. de, & Werlang, B. S. G. (2011). Mulheres que sofrem violência doméstica: contribuições da psicanálise. Psicologia Em Estudo, 16(4), 511–520. DOI: https://doi.org/10.1590/S1413-73722011000400002

https://www.scielo.br/j/pe/a/GShYc5SHq9SVcrwbyXxbSbT/?lang=pt

Martins, A. S. (2019). O poder e o corpo por trás do texto: metodologia na psicanálise política. Clínica & Cultura, 8(1), 51-63.

https://periodicos.ufs.br/clinicaecultura/article/view/15071

Martins, A. S.; Santiago, L. M. (2020). A origem do destino criado para as mulheres pela psicanálise: por uma leitura reparadora através atas da Sociedade das Quartas-feiras. In A. A. Martins & L. Silveira (Orgs.), Freud e o Patriarcado (pp. 83-111). Hedra.

Miranda, C., & Ramos, J. (2014). “Uma mulher espancada”: a violência doméstica contra mulher à luz da psicanálise. Revista ECOS, 4(1), 35-49.

http://periodicoshumanas.uff.br/ecos/article/view/1297

Moreira, L. S. (2014). O mito do masoquismo feminino. In A. A. Martins (Org.), Limiares: desafios contemporâneos da psicanálise (pp. 75-92). Blucher.

Narvaz, M. G., & Koller, S. H. (2004). Famílias, gêneros e violências: Desvelando as tramas da transmissão transgeracional da violência de gênero. In M. N. Strey, M. P. R. Azambuja & F. P. Jaeger (Orgs.), Violência, gênero e políticas públicas (Vol. 2, pp. 149-176). EDIPUCRS.

https://www.researchgate.net/profile/Martha-Narvaz/publication/344077247_FAMILIAs_GENEROs_E_VIOLENCIAs_Desvelando_as_tramas_da_transmissao_transgeracional_da_violencia_de_genero_1/links/5f5134cfa6fdcc9879c98fcc/FAMILIAs-GENEROs-E-VIOLENCIAs-Desvelando-as-tramas-da-transmissao-transgeracional-da-violencia-de-genero-1.pdf

Narvaz, M. G. (2010). Masoquismo feminino e violência doméstica: reflexões para a clínica e para o ensino de Psicologia. Psicologia Ensino & Formação, 1(2), 47-59.

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S2177-20612010000200005&script=sci_arttext

Pateman, C. (1993). O contrato sexual. Paz e Terra.

Rocha, R. Z., Galeli, P. R. & Antoni, C. (2019). Rede de apoio social e afetiva de mulheres que vivenciaram violência conjugal. Contextos Clínic, 12(1), 124-152. DOI: https://doi.org/10.4013/ctc.2019.121.06

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1983-34822019000100007&script=sci_arttext

Rosa, M. D. (2004). A pesquisa psicanalítica dos fenômenos sociais e políticos: metodologia e fundamentação teórica. Revista Mal-Estar e Subjetividade, 4(2), 329-348.

https://ojs.unifor.br/rmes/article/view/1509

Rosa, M. D., & Domingues, E. (2010). O método na pesquisa psicanalítica de fenômenos sociais e políticos: a utilização da entrevista e da observação. Psicologia & Sociedade, 22(1), 180–188. https://doi.org/10.1590/S0102-71822010000100021 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-71822010000100021

Rosa, M. D. (2022). Sofrimento Sociopolítico, Silenciamento e a Clínica Psicanalítica. Psicologia: Ciência e Profissão, 42, e242179. https://doi.org/10.1590/1982-3703003242179 DOI: https://doi.org/10.1590/1982-3703003242179

Rose, J (2020). Introdução II a Feminine sexuality. In A. A. Martins, & L. Silveira. Freud e o Patriarcado (pp. 265-302). Hedra.

Saffioti, H. I. B. (1999). Já se mete a colher em briga de marido e mulher. São Paulo Em Perspectiva, 13(4), 82–91. https://doi.org/10.1590/S0102-88391999000400009 DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-88391999000400009

Saffioti, H. I. B. (2001). Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Cadernos Pagu, (16), 115–136. https://doi.org/10.1590/S0104-83332001000100007 DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-83332001000100007

Saffioti, H. I. B. (2004). Gênero, patriarcado, violência. Bahia-BA, Ministério Público do Estado da Bahia. https://dspace.sistemas.mpba.mp.br/handle/123456789/754

Santos, A., Martins, A. S., Barbosa, B. C. S., Lucas, C. C. O., Silva Filho, E. A., Souza, P. S., & Pereira, T. L. D. (2021). A objetalização da categoria mulher nas construções psicanalíticas: um tipo de violência de gênero. In L. Danziato, L. C. TeIxeira & J. Gaspard (Orgs). Violência de gênero e ódio ao feminino (pp.153-172). CRV.

Silveira, L. (2024). Por que “masoquismo feminino”? In A. A. Martins (Org.) Limiares: desafios contemporâneos da psicanálise (pp. 75-92). Blucher.

Scott, J., (1986). Gênero: uma categoria útil para a análise histórica. In H. B. Hollanda (Org.) Em Pensamento feminista: conceitos fundamentais. (pp. 49-82). Bazar do Tempo.

Venturini, G., & Godinho, T. (Orgs.). (2013). Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado: uma década de mudanças na opinião pública. Fundação Perseu Abramo/Sesc. https://fpabramo.org.br/publicacoes/wp-content/uploads/sites/5/2017/05/pesquisaintegra_0.pdf

Zanello, V. (2020). Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. Appris.

Published

2025-06-30

How to Cite

Andrade, M. de S., & Martins, A. S. (2025). A PSYCHOANALYTIC PERSPECTIVE ON THE NARRATIVES OF WOMEN VICTIMS OF DOMESTIC VIOLENCE. PLURAL - Journal of Psychology UNESP Bauru, 5, e025001. https://doi.org/10.59099/prpub.2025.70