A redução de danos como antídoto paras as políticas de inimizade
caminhos decoloniais
DOI:
https://doi.org/10.59099/prpub.2024.73Palavras-chave:
Drogas, Guerra às Drogas, Centro de Atenção Psicossocial, Redução de Danos, Colonialidade, Psicologia SocialResumo
Parte-se da ideia de que vivemos na sociedade da inimizade, sustentada pela colonialidade. O campo das drogas expressa e retroalimenta os efeitos de tais brutalidades. Neste artigo, aponta-se que, contemporaneamente, a colonialidade atualiza as políticas de inimizade no paradigma da guerra às drogas. Contudo, mesmo em meio a este cenário bélico, também podem-se encontrar modos afirmativos de vida, sustentados por e através do uso de substâncias. Para sustentar tal argumentação, tem-se como método a pesquisa-intervenção, com a proposição de narrativas, a partir do contexto de trabalho em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas - CAPS AD. Os protagonistas dessas histórias, a partir das narrativas apresentadas, evidenciam a potência dos encontros e das amizades na construção de outros caminhos, tendo como aspecto central a redução de danos, que se constitui, assim, como uma alternativa decolonial.
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