"Margear" na clínica

uma articulação entre a clínica pública e a RAPS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59099/prpub.2024.55

Palavras-chave:

Psicologia Clínica, Saúde Mental, Políticas públicas

Resumo

No presente artigo propomos, a partir de uma narrativa de percurso clínico do próprio autor, a noção de "margear" como estratégia de articulação entre a clínica pública, com base psicanalítica, e a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), ao mesmo tempo, realizamos uma reflexão clínica sobre uma psicanálise das margens. Tal articulação e reflexão se dará a partir da experiência do autor no trabalho no coletivo Margens Clínicas na criação de dispositivos clínicos no enfrentamento à violência colonial junto a RAPS. Entendemos violência colonial a partir de Fanon, que tem como uma das suas formas de expressão a branquitude e suas práticas de silenciamento. Utilizamos a cena limite da crise psicológica para se pensar os tensionamentos do “margear”, a articulação da clínica pública e a RAPS. Portanto, o “margear” será desdobrado em quatro direções, visando a construção de estratégias possíveis para que a clínica pública possa se articular com a RAPS.

Biografia do Autor

Kwame Yonatan Poli dos Santos, Universidade de São Paulo

Pós-doutorando da USP e doutor pela PUC-SP. Psicanalista e supervisor institucional. Possui quatro livros publicados, sendo que o último, Por um fio: uma escuta das diásporas pulsionais, está concorrendo ao prêmio Jabuti Acadêmico. Atualmente, compõe o coletivo Margens Clínicas e é um dos articuladores do projeto Aquilombamento nas Margens.

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Publicado

19-11-2024

Como Citar

Santos, K. Y. P. dos. (2024). "Margear" na clínica: uma articulação entre a clínica pública e a RAPS. PLURAL - Revista De Psicologia UNESP Bauru, 4, e024p11. https://doi.org/10.59099/prpub.2024.55