Psicopolítica gendrada das emoções no governo Bolsonaro

Memes e masculinidade hegemônica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59099/prpub.2022.17

Palavras-chave:

psicopolítica, emoções, fratura social, gênero, masculinidades

Resumo

Nas reconfigurações geopolíticas contemporâneas, as mídias sociais e as estratégias psicológicas assumem centralidade nos novos modos de exercício do poder. Nesse contexto, memes bolsonaristas constituem registros importantes dos processos psicopolíticos operantes nos últimos seis anos no Brasil, marcados por ataques ao seu sistema político-democrático. Por meio de análise temática e semiótica, este estudo examinou as estratégias utilizadas por 56 memes bolsonaristas para manipular emoções com conteúdos relacionados à masculinidade. Identificou-se que os memes centraram-se no ataque à masculinidade dos “esquerdistas”, por três vias temáticas: 1) homofobia e representação dos homens de esquerda como gays; 2) desvirilização e masculinidade dos homens de esquerda representada como fraca e “feminina”; e 3) ataque à dimensão laboral dos homens de esquerda. Destaca-se que, por meio de conteúdos que atingem o cerne identitário da masculinidade hegemônica, os memes buscam incitar o ódio e repúdio contra a esquerda e fortalecer a fratura social “nós x eles/outros”.

Biografia do Autor

Valeska Zanello, Universidade de Brasília

Professora do Departamento de Psicologia Clínica/ Universidade de Brasília Orientadora de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura Coordenadora do grupo "Saúde mental e Gênero", no CNPq

Iara Flor Richwin, Universidade de Brasília

Psicóloga, Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura da Universidade de Brasília (PPG-PsiCC – UnB) em cotutela com a École Doctorale Recherches en Psychanalyse et Psychopathologie da Université Paris Diderot. Pesquisadora colaboradora do PPG-PsiCC – UnB, no qual desenvolveu pesquisa de pós-doutorado sobre a questão da saúde mental de mulheres em situação de rua.

Letícia Sallorenzo, Universidade de Brasília

 Graduada em jornalismo pela UFRJ em 1996 e em Letras-Português e Literatura pela UnB em 2019; Mestra em Linguística pela UnB em 2018, com o tema “Gramática e manipulação: análise cognitivo-funcional de manchetes de jornais durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2014”, doutoranda em Linguística, também pela UnB, com estudos na análise discursiva das Fake News a partir da perspectiva da Linguística Cognitiva.

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Publicado

16-03-2023

Como Citar

Zanello, V., Richwin, I. F., & Sallorenzo, L. (2023). Psicopolítica gendrada das emoções no governo Bolsonaro: Memes e masculinidade hegemônica. PLURAL - Revista De Psicologia UNESP Bauru, 1, e022003. https://doi.org/10.59099/prpub.2022.17

Edição

Seção

Artigos